domingo, 13 de janeiro de 2013

RECÉM-FORMADAS E DONAS DO MERCADO DE TRABALHO


Cada vez mais preocupadas em se qualificar, as mulheres já são maioria em 62 de 122 carreiras de nível superior analisadas pelo IBGE

Publicação: 13/01/2013 08:00 Atualização:
Quando a residente do Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) Bárbara de Bilbao, 35 anos, ingressou no curso de medicina, em 2003, a maior parte das cadeiras da classe era ocupada por homens. Quase uma década depois, já no mercado de trabalho, ela vê os corredores do hospital repletos de colegas do sexo feminino. Só na ala de pediatria, onde trabalha, são 27 mulheres e apenas dois homens. O caso não é atípico. De acordo com o Censo 2010, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas representam 44% dos profissionais da área médica.

“É claro que ainda existem especialidades que os homens dominam, mas, de forma geral, as mulheres têm agregado características importantes, que fazem a diferença no nosso ambiente de trabalho”, afirma Bárbara. Para a médica, no entanto, mesmo que elas já sejam maioria em muitas áreas, ainda existe preconceito por parte de colegas de trabalho e de pacientes, sobretudo naquelas especialidades consideradas mais “brutas”, como a ortopedia. Também residente do Hmib, Ana Catarina Araújo, 28, concorda. “Ainda vemos muitos pacientes que preferem ser atendidos por homens”, conta.

Elas querem conquistar a "praia" delesTradicionalmente mais ligadas a áreas de humanas, as mulheres começam a se interessar por cursos tidos como masculinos

Publicação: 13/01/2013 08:00 Atualização:
'A quantidade de mulheres sempre foi pequena, 
mas isso está mudando semestre a semestre. Já houve turma com até seis meninas' (Breno Forte/Esp. CB/D.A Press)
"A quantidade de mulheres sempre foi pequena, mas isso está mudando semestre a semestre. Já houve turma com até seis meninas"

Com mais instrução e alto nível de especialização, as mulheres não só dominaram os setores tradicionais do mercado de trabalho, como estão em busca de oportunidades naqueles em que os homens ainda são maioria. Não à toa, nas áreas de engenharia de produção e de ciências físicas, elas representam mais de 60%. E, em outras como a engenharia civil, vão, gradualmente, ocupando o espaço e já somam quase 20% dos profissionais.

Segundo Arlene Ricoldi, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, a chegada delas aos mercados tipicamente masculinos pode ser percebida, mais evidentemente, na última década. “É claro que elas ainda estão mais presentes nas carreiras tidas como femininas, nas áreas de serviços e cuidados, mas já começam a aparecer em setores em que antes tinham pouca representatividade, como direito e engenharia”, exemplifica. 

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